O Escudo

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sexta-feira, outubro 13, 2006

Nobel da Literatura para o turco Orhan Pamuk


O escritor turco Orhan Pamuk, 54 anos, foi galardoado com o Prémio Nobel da Literatura 2006. O escritor foi distinguido porque, "na busca pela alma melancólica da sua cidade, descobriu novos símbolos para o confronto e o cruzamento de culturas", justifica o Comité Nobel. ...

Público 12/10/2006

A esta hora, as livrarias de todo o mundo devem estar numa azafama infernal. O momento é de grande stress, é preciso empilhar nos escaparates montanhas de livros de Orhan Pamuk . Uma tarefa que, para a maioria, não vai ser fácil. Tenho o palpite que os fundos editoriais, pelo menos em Portugal, estão mesmo rapados até ao tutano. Mas quem pode responder a essa questão é a Editorial Presença, pois são desta editora as obras «A Cidadela Branca» e «O Livro Preto», os únicos livros do galardoado publicadas em Portugal.
Nos últimos anos a história repete-se. Livros há muito esquecidos são reabilitados, escovados do pó protector e de novo saltam para as prateleiras. Ultimamente, o Nobel da literatura parece-se mais com uma medalha politica do que com um prémio literário. Mas quem sou eu, que mal sei pontuar uma frase, para criticar estas opções?!
A partir de hoje as livrarias vão encher-se de gente. Os amantes da boa leitura, os leitores interessados e conhecedores cruzam-se com os simples curiosos e com os “vaidosos culturais”. Estes últimos, formam uma espécie de tribo, que tem por totem a Cultura. Não ostentam na cara uns óculos da Prada, ou nos pés uns distintos “manolos”, em contrapartida, querem ser os primeiros a ser vistos com um livro do novo Prémio Nobel debaixo do braço. Para eles, nada melhor, para impressionar uma miúda, do que ostentar em cima da mesinha de cabeceira, mesmo ao lado ca caixinha dos profilácticos, um livro do vencedor de um Nobel.
Este ano, vou seguir esta onda cultural, também quero, digamos, ser um tipo com pedigree cultural. Para começar vou comprar um livro do Orhan Pamuk, como as edições em português a esta hora já devem ter esgotado, adquiro um mesmo escrito em Turco. Depois vou dar o livro, apenas por alguns minutos, para a mão da minha filha. Finalmente vou pegar nele, agora um livro com o ar digno de quem já foi manuseado, lido, relido e até sublinhado, meter-me no Alfa, em primeira classe, rumo a Lisboa, e fazer um brilharete durante a viagem.

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