O Escudo

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segunda-feira, setembro 03, 2007

A Burla do Funil

A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, justifica o aumento do desemprego na classe docente com o desajuste entre a oferta de formação superior e as necessidades da rede escolar. Confrontada em conferência de imprensa sobre o arranque do ano lectivo com as acções de protesto promovidas hoje pela Federação Nacional dos Professores (Fenprof), a governante salientou que «mais de metade dos candidatos a professor são de ciclos de ensino que não estão em crescimento».
Reconhecendo que uma situação de desemprego pode ser «complicada» e «dramática», a titular da pasta da Educação acrescentou que as necessidades do ME são transmitidas ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) para que informe as instituições universitárias.

Mesmo assim, as Universidades, públicas e privadas, continuam a abrir vagas para cursos superiores cuja única saída, pelo menos para a grande maioria dos alunos, é a porta do desemprego, da frustração e do desespero.

As Universidades portuguesas, com especial ênfase para as privadas, ao longo dos últimos anos, têm-se transformado em gigantescas fábricas de desempregados. Fabricas, equipadas com linhas de montagem bem oleadas, que, absorvem toda a matéria-prima disponível, sem se preocuparem minimamente se os produtos produzidos (muitos deles sem os mínimos requisitos de qualidade), têm escoamento no mercado. As nossas universidades são autênticos funis, com uma grande boca, onde qualquer um, desde que tenha dinheiro para pagar as propinas, entra com a maior das facilidades.

Os nossos jovens, tal como os seus pais e encarregados de educação, têm sido alvo, de forma impune e escandalosa, de uma gigantesca burla. A burla do funil.

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