A exposição ao radão e os riscos de cancro a ele associados

Um estudo divulgado hoje em França, revela que 5% a 12 % dos casos de cancro do pulmão, registados naquele país, terão sido originados pela exposição doméstica ao radão.
O radão é um gás radioactivo, resultante da desintegração do urânio presente na crosta terrestre, existente nas rochas, nos solos e na água. O radão caracteriza-se por ser um gás que não tem cor, cheiro ou sabor, e por isso imperceptível pela população.
A Deco, em 2001, levou a efeito um estudo sobre a concentração deste gás nas habitações portuguesas. Tendo, após nove meses de medições, verificado que das 113 casas, onde foram efectuadas medições, 39 tinham níveis de radão acima do limite máximo admitido pela União Europeia, para habitações já construídas. De acordo com este estudo, os distritos de Braga, Vila Real, Porto, Guarda, Viseu, Castelo Branco e Portalegre (Serra de São Mamede), são considerados de risco. Mas quem tiver habitações com bastantes elementos em granito, como uma parede revestida por este material, terá todo o interesse em conhecer as concentrações de radão na sua casa.

A exposição ao radão e os riscos de cancro a ele associados são um caso de saúde pública. Neste sentido, gostaria de ver o Governo, nomeadamente os ministérios da Saúde a do Ambiente, bem como as autarquias afectadas por esta problemática a tomarem alguma iniciativa válida. A criação de legislação sobre este tema poderá ser o primeiro passo. Claro, desde que, ao contrário do que se fez com o tabaco, se legisle de uma forma séria, desprovida de exageros e respeitadora da liberdade e dos direitos dos cidadãos.